Cesta de la compra

Poesia dos outros eus

Autor Fernando Pessoa

Editorial ASSÍRIO & ALVIM

Poesia dos outros eus
-5% dto.    26,94€
25,59€
Ahorra 1,35€
No disponible, consulte disponibilidad
Envío gratis
España peninsular
  • Editorial ASSÍRIO & ALVIM
  • ISBN13 9789723711240
  • ISBN10 9723711249
  • Tipo LIBRO
  • Páginas 479
  • Año de Edición 2007
  • Idioma Portugués
  • Encuadernación Tela

Poesia dos outros eus

Autor Fernando Pessoa

Editorial ASSÍRIO & ALVIM

-5% dto.    26,94€
25,59€
Ahorra 1,35€
No disponible, consulte disponibilidad
Envío gratis
España peninsular

Detalles del libro

"Já sugerimos, no nosso prefácio à Poesia do Eu, que a heteronímia tinha fortes raízes psicológicas, visto que Pessoa, ainda na infância, não inventava uns amiguinhos fictícios quaisquer, mas sim amigos escritores com quem fazia brincadeiras cada vez mais literárias. Com cinco ou seis anos de idade "recebia" cartas de um tal Chevalier de Pas, que ele próprio escrevia, e em 1902, quando a família veio passar umas longas férias a Portugal, assinou uma série de poemas com os nomes Dr. Pancrácio, Eduardo Lança e outros "colaboradores" dos jornais faz-de-conta que o adolescente em botão compunha com esmero [...]. Regressando a Durban, surgiu Charles Robert Anon, o primeiro "outro eu" com uma obra mais desenvolvida, que incluía poesia, ficção e ensaio. Seguiu-se o ainda mais prolífico Alexander Search, anglófono como Anon e provavelmente concebido já em Lisboa, quando Pessoa frequentava o Curso Superior de Letras. Em 1908, surgem Charles James Search (irmão do Alexander e tradutor), Jean Seul (único heterónimo francês) e Pantaleão, um aforista e autor de umas "Visões". Ainda antes de 1910, entram em cena Carlos Otto, Joaquim Moura Costa e Vicente Guedes, todos eles poetas e não só. O primeiro assinou um inacabado "Tratado de Luta Livre" e o último tinha incumbências várias: poesia, contos, traduções e, a partir de 1914 ou 1915, a suposta autoria do Livro do Desassossego, cargo que apenas cederia a Bernardo Soares em 1928 ou 1929. Joaquim Moura Costa, republicano fervoroso, deveria colaborar com poemas satíricos em dois periódicos - O Fósforo e O Iconoclasta - a publicar pela malograda Empresa Íbis, a editora e a tipografia montada por Pessoa em finais de 1909 e quase imediatamente extinta. E havia outros como o psiquiatra Faustino Antunes, o religioso Friar Maurice e o contista Horace James Faber.
ááá Morto o projecto da editora Íbis, que se propunha publicar várias obras assinadas pelos nomes citados, a frenética propagação de autores fictícios conhece uma pausa. O último poema, datado, de Alexander Search é de Agosto de 1910, sendo Vicente Guedes o único dos pseudo-escritores que persistirá, mas já sem grande actividade até tomar conta do Livro do Desassossego. Fernando Pessoa, no início da década de 1910, teve uma fase de intensa sociabilidade, saltitando de café em café, de tertúlia em tertúlia, mas a sua mutável identidade como ser literário conheceu três anos de acalmia, pelo menos exteriormente, antes da espantosa erupção de 1914."

Richard Zenith, no prefácio a este livro